Roubo em Puerto Montt

Choro. Choro ter perdido a confiança na gente. A confiança que não vão levar coisas que não lhes pertencem, por acessíveis que estejam. Levaram a mochila que estava na minha bicicleta, estacionada num centro comercial.
A mochila com a tenda, o boné, o caderno de apontamentos, os chinelos, um carregador de telemóvel,o carregador solar, lâmpada frontal e da tenda,corda e molas da roupa. A mochila que já viajou à volta do mundo, que já esteve em dezenas de países. A mochila que transportava desde há 8 anos uma escova de dentes que me tinham oferecido na Sibéria e que contava voltar lá com ela. Choro. Choro por ter acreditado que mais uma vez, como nos passados 7 meses, nada aconteceria aos nossos pertences. Fizemos a declaração de roubo, compramos uma nova tenda, o mesmo chapéu que roubaram e os chinelos mais baratos que encontramos. Em vez de estar na mítica ‘carretera austral’ estamos num hostel e amanhã temos de voltar à polícia para receber a cópia do auto. A vida continua, mas a confiança, essa, ficou abalada por uns tempos.

Diário da América do Sul em bicicleta reclinada – II

02.11 – Bojuru – São José do Norte

Acordamos com o chão seco. Ao pequeno-almoço de cereais no quarto segue-se uma torrada na lancheria em frente. Após a chuva, hoje é o vento contra que nos espera, já sabemos. Avançamos a custo, tentando seguir numa linha direita.

Pedalando contra o vento

Continue reading “Diário da América do Sul em bicicleta reclinada – II”

Diário da América do Sul em bicicleta reclinada – I

29.10 – Porto Alegre – Águas Claras

“Ai… Porto Alegre”. A voz da Renata ecoa nos ouvidos enquanto decidimos de ficar ou partir. A estância em casa de Thiago é simpática, eles fazem sentirmo-nos bem na cidade. Mas nós viemos aqui para pedalar. Ou seja, partir. E assim é, sábado de manhã arrumamos as nossas coisas e pomo-nos a pedalar. Antes de sair do centro aferimos numa loja de bicicletas que cada pneu tem 4,5bar de pressão. Direcção: Este, avenida de Ipiranga. Continue reading “Diário da América do Sul em bicicleta reclinada – I”

Cante Alentejano no restaurante

Em Serpa a calma era rainha na vila. As poucas lojas no centro histórico vendiam manjares de rei (queijos, queijadas, pão, porco preto…). Deambulamos várias horas antes de poisar a tenda no parque de campismo. Para jantar decidimos por um pequeno restaurante local (O Engrola). Tão local que ao final da refeição proprietário e outros clientes se puseram a cantar cante alentejano. Aqui está a gravação: